RIACHO DO JERIMUM, POR JADNA ALANA

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Riacho do Jerimum retrata a história de Caíque, um jovem que vive no interior da Paraíba, em um vilarejo chamado “Riacho do Jerimum”. Ele vive com sua mãe Violeta e sua irmã Caroline, pois ainda pequeno foi abandonado pelo seu pai, o que o deixou com a responsabilidade de cuidar da casa e trabalhar para ajudar no sustento da família. Em meio a cuidar dos bichos e de sua plantação, Caíque tira um tempinho para visitar Seu Vicente, um senhor que mora no vilarejo e que o viu crescer, o senhor era seu melhor amigo e sempre que podia Caíque o visitava para escutar suas histórias e lendas. Porém, Caíque irá descobrir que essas lendas são mais reais do que ele imagina.
Na obra também somos apresentados aos Calahynos, um povo semelhante a fadas que mantêm e protegem a natureza, ninguém podia imaginar que eles estavam bem ali, vivendo ao lado deles, nos Jerimuns a margem do Riacho. Cada Calahyno possui um dom, alguns podem controlar os ventos, outros podem fertilizar o solo, isso definiria o seu papel na natureza. A princesa desse povo, a Aurora, os lidera desde a primeira Guerra quando seus pais entregaram suas vidas afim de salvar seu povo. Guerra essa iniciada por Tifana, a deusa da seca, que queria governar o Nordeste, porém, Amanaci, a deusa da chuva, não permitiria tão fácil assim. A primeira guerra cessou por intermédio de Coroaci, o deus criador, que propôs um acordo onde as duas governariam por igual.

“Amanaci, a deusa-mãe, nos criou para ajudar no crescimento das plantações, na prosperidade das terras, na organização dos mares, na fertilidade do solo e até mesmo na ordem dos ventos. A única coisa que não estaria sobre o nosso poder era a chuva. Os calahynos podem fazer coisas incríveis, mas não temos o dom de fazer a água cair do céu. Apenas Amanaci pode fazer isso.”
Alana, Jadna . Riacho do Jerimum . Edição do Kindle.

O mundo que Caíque imagina ser somente lenda está mais próximo do que ele imagina, sua vida se cruzará com a vida dos Calahynos, mas será que ele aceitará essa nova realidade?

UMA FANTASIA QUE SE PASSA NO NORDESTE



           Eu particularmente nunca havia lido um livro de fantasia que se passa exclusivamente no Brasil, imagina, logo eu que amo fantasia e sou nordestino, minha felicidade quando a Jadna anunciou que seu novo livro era uma fantasia que se passava no Nordeste.
            A ambientação do livro ficou muito boa, a Jadna soube utilizar de elementos típicos dessa região para a construção do livro, desde o nosso folclore que é muito rico, onde na história aparecem a Caipora, saci, sereias, etc, até as próprias comidas típicas daqui os costumes e o dialeto.

“A calahyna continuou caminhando sem chamar atenção. Caipora estava sentada de pernas cruzadas em cima de uma rocha plana que fora colocada sobre um tablado de pedra no centro do local. Ao seu lado direito estavam as sirenas, mais conhecidas pelo povo como As Senhoras das Águas.”
Alana, Jadna . Riacho do Jerimum . Edição do Kindle.

            Uma coisa que achei muito incrível, é o fato de tudo ter uma explicação mágica, acredito que a autora soube moldar bem algumas situações reais e explica-las de uma forma fantástica. Um exemplo claro é a seca, todos sabemos que o Nordeste é bastante conhecido por sua grande ausência de chuva, e na obra é atribuída a Tifana a culpa disso ocorrer.

PERSONAGENS E NARRATIVA




            A obra é narrada em terceira pessoa e é ambientada no passado, quando o povoado ainda chamava-se Jerimum, que mais tarde virou a cidade de Nova Palmeira – PB.
            Caíque é um rapaz bem bruto e fechado, o que é explicável, uma vez que foi abandonado pelo seu pai, não possui uma boa relação com Violeta, sua mãe e ainda não se conhece por inteiro. A construção do personagem e sua evolução durante a obra foi muito boa, ver como ele se empenhava para cumprir a missão que lhe foi dada e ao mesmo tempo vê-lo enfrentando a si mesmo e os próprios medos foi engrandecedor para a narrativa.
            Aurora é uma calahyna bem preocupada, uma líder capaz de fazer coisas inacreditáveis para salvar o seu povo. É uma mulher empoderada e independente, que procura sempre dar o seu melhor. A mesma evoluiu muito durante o livro, combatendo o seu medo de aparecer para Caíque, lutando contra a sua eu interior que não a deixa se relacionar (romanticamente) com outras pessoas por causa do seu passado e ainda com o peso de uma guerra decisiva em suas costas.
            Diana, a melhor amiga de Aurora, é uma Calahyna que controla os ventos e, assim como a amiga, é uma mulher muito independente e também muito maluca, acredito que todas as pessoas possuem uma amiga ‘Diana’ em sua vida. Ela é muito espontânea e bastante decidida e forte.
            Outro personagem muito importante para a história é o Seu Vicente, com seus ensinamentos e lendas. Ele sempre aparecia nos momentos em que Caíque necessitava de um conselho ou de um ombro amigo. Apesar de não ter sido tão desenvolvido na história ele é uma peça essencial, foi bom ver um pouco do seu passado em alguns momentos do livro.
            Johan é um elfo, na história conta que eles são europeus, porém mudaram-se para o nordeste. Os elfos não são muito aceitos, porém, Aurora precisa da ajuda de Johan para vencer a guerra. Confesso que Johan foi um personagem que sempre me deixou com um pé atrás, mas você vai precisar ler para entender.
            Esse foi o segundo livro que eu li da Jadna, o primeiro foi “A princesa de Ônix” e deu para perceber a evolução da Jadna como escritora, estou muito apaixonado por essa obra. 
               

               Então gente, chegando ao final desse post, gostaria de pedir a você que já leu esse livro que deixe sua opinião aqui nos comentários, ou caso você queira ler. Hoje eu voltei a publicar no Leituriando, tanto aqui quanto lá no Instagram (@leituriando), então também deixa nos comentários da última foto lá do IG o que você quer ver por aqui. 






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