RIACHO DO JERIMUM, POR JADNA ALANA
08:36
Riacho
do Jerimum retrata a história de Caíque, um jovem que vive no interior da
Paraíba, em um vilarejo chamado “Riacho do Jerimum”. Ele vive com sua
mãe Violeta e sua irmã Caroline, pois ainda pequeno foi abandonado pelo seu
pai, o que o deixou com a responsabilidade de cuidar da casa e trabalhar para
ajudar no sustento da família. Em meio a cuidar dos bichos e de sua plantação,
Caíque tira um tempinho para visitar Seu Vicente, um senhor que mora no
vilarejo e que o viu crescer, o senhor era seu melhor amigo e sempre que podia
Caíque o visitava para escutar suas histórias e lendas. Porém, Caíque irá
descobrir que essas lendas são mais reais do que ele imagina.
Na
obra também somos apresentados aos Calahynos, um povo semelhante a fadas que
mantêm e protegem a natureza, ninguém podia imaginar que eles estavam bem ali,
vivendo ao lado deles, nos Jerimuns a margem do Riacho. Cada Calahyno possui um
dom, alguns podem controlar os ventos, outros podem fertilizar o solo, isso
definiria o seu papel na natureza. A princesa desse povo, a Aurora, os lidera
desde a primeira Guerra quando seus pais entregaram suas vidas afim de salvar
seu povo. Guerra essa iniciada por Tifana, a deusa da seca, que queria governar
o Nordeste, porém, Amanaci, a deusa da chuva, não permitiria tão fácil assim. A
primeira guerra cessou por intermédio de Coroaci, o deus criador, que propôs um
acordo onde as duas governariam por igual.
“Amanaci, a deusa-mãe, nos criou para ajudar no
crescimento das plantações, na prosperidade das terras, na organização dos
mares, na fertilidade do solo e até mesmo na ordem dos ventos. A única coisa
que não estaria sobre o nosso poder era a chuva. Os calahynos podem fazer
coisas incríveis, mas não temos o dom de fazer a água cair do céu. Apenas
Amanaci pode fazer isso.”
Alana, Jadna . Riacho do Jerimum . Edição do Kindle.
O
mundo que Caíque imagina ser somente lenda está mais próximo do que ele
imagina, sua vida se cruzará com a vida dos Calahynos, mas será que ele
aceitará essa nova realidade?
Eu particularmente nunca havia lido
um livro de fantasia que se passa exclusivamente no Brasil, imagina, logo eu
que amo fantasia e sou nordestino, minha felicidade quando a Jadna anunciou que
seu novo livro era uma fantasia que se passava no Nordeste.
A ambientação do livro ficou muito
boa, a Jadna soube utilizar de elementos típicos dessa região para a construção
do livro, desde o nosso folclore que é muito rico, onde na história aparecem a
Caipora, saci, sereias, etc, até as próprias comidas típicas daqui os costumes
e o dialeto.
“A
calahyna continuou caminhando sem chamar atenção. Caipora estava sentada de
pernas cruzadas em cima de uma rocha plana que fora colocada sobre um tablado
de pedra no centro do local. Ao seu lado direito estavam as sirenas, mais
conhecidas pelo povo como As Senhoras das Águas.”
Alana, Jadna . Riacho do Jerimum . Edição do Kindle.
Uma coisa que achei muito incrível,
é o fato de tudo ter uma explicação mágica, acredito que a autora soube moldar
bem algumas situações reais e explica-las de uma forma fantástica. Um exemplo
claro é a seca, todos sabemos que o Nordeste é bastante conhecido por sua
grande ausência de chuva, e na obra é atribuída a Tifana a culpa disso ocorrer.
A obra é narrada em terceira pessoa
e é ambientada no passado, quando o povoado ainda chamava-se Jerimum, que
mais tarde virou a cidade de Nova Palmeira – PB.
Caíque é um rapaz bem bruto e
fechado, o que é explicável, uma vez que foi abandonado pelo seu pai, não
possui uma boa relação com Violeta, sua mãe e ainda não se conhece por inteiro.
A construção do personagem e sua evolução durante a obra foi muito boa, ver
como ele se empenhava para cumprir a missão que lhe foi dada e ao mesmo tempo
vê-lo enfrentando a si mesmo e os próprios medos foi engrandecedor para a
narrativa.
Aurora é uma calahyna bem preocupada,
uma líder capaz de fazer coisas inacreditáveis para salvar o seu povo. É uma
mulher empoderada e independente, que procura sempre dar o seu melhor. A mesma
evoluiu muito durante o livro, combatendo o seu medo de aparecer para Caíque,
lutando contra a sua eu interior que não a deixa se relacionar (romanticamente)
com outras pessoas por causa do seu passado e ainda com o peso de uma guerra
decisiva em suas costas.
Diana, a melhor amiga de Aurora, é
uma Calahyna que controla os ventos e, assim como a amiga, é uma mulher muito
independente e também muito maluca, acredito que todas as pessoas possuem uma
amiga ‘Diana’ em sua vida. Ela é muito espontânea e bastante decidida e forte.
Outro personagem muito importante
para a história é o Seu Vicente, com seus ensinamentos e lendas. Ele sempre
aparecia nos momentos em que Caíque necessitava de um conselho ou de um ombro
amigo. Apesar de não ter sido tão desenvolvido na história ele é uma peça
essencial, foi bom ver um pouco do seu passado em alguns momentos do livro.
Johan é um elfo, na história conta
que eles são europeus, porém mudaram-se para o nordeste. Os elfos não são muito
aceitos, porém, Aurora precisa da ajuda de Johan para vencer a guerra. Confesso
que Johan foi um personagem que sempre me deixou com um pé atrás, mas você vai
precisar ler para entender.
Esse foi o segundo livro que eu li
da Jadna, o primeiro foi “A princesa de Ônix” e deu para perceber a evolução da
Jadna como escritora, estou muito apaixonado por essa obra.
Então gente, chegando ao final desse post, gostaria de pedir a você que já leu esse livro que deixe sua opinião aqui nos comentários, ou caso você queira ler. Hoje eu voltei a publicar no Leituriando, tanto aqui quanto lá no Instagram (@leituriando), então também deixa nos comentários da última foto lá do IG o que você quer ver por aqui.
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